Manual de Técnica de Terapia e Modificação do Comportamento - O Comportamento Encoberto - Segunda Parte - 2/2


História do Condicionamento Encoberto

Enquanto a imaginação havia sido amplamente utilizada na Europa com fins terapêuticos, especialmente com a Psicanálise (Kazdin, 1978), na América, a partir de Watson (1924), teve impulsos o ponto de vista de que o comportamento humano se divide em observável e não observável e supôs-se que em uma explicação científica do comportamento humano deviam excluir absolutamente todos os aspectos não manifestos.

Muitos teóricos da Aprendizagem, como Guthrie (1935), Skinner (1938), Hull (1943) e Spence (1956) estudaram unicamente o comportamento animal, que aparentemente estava menos influenciados por processos mediacionais.

Posteriormente, muitos comportamentalistas não aceitaram uma visão dicotomizada do comportamento humano (Bandura, 1969; Day, 1969; Skinner, 1953, 1963; Terrace, 1971) e consideraram indispensável a incorporação sistemática dos fenômenos não observáveis à análise do comportamento. Skinner (1953) e Day (1969) supuseram uma equivalência funcional entre os fenômenos observáveis e os encobertos, quer dizer, que os fenômenos que formam parte do ambiente e os que não são manifestos têm o mesmo “status” na explicação e no controle do comportamento humano. Outros, como Homme (1965), sustentaram que não só devem ser descritos os fenômenos encobertos como deve-se tentar controlar sua freqüência; Terrace (1971) propõe que os acontecimentos encobertos são comportamentos condicionados que devem sua existência a uma historia de reforçamento diferencial por parte de outras pessoas; e Fester (1973) estabelece o registro e análise da relação funcional entre o comportamento manifesto e acontecimentos encobertos.

Apesar de todas estas manifestações, não se generaliza o uso clínico da imaginação na terapia comportamental até o nascimento da dessensibilização sistemática (Wolpe, 1958). Segundo Kazdin (1978), o emprego da imaginação nas técnicas comportamentais era rato antes de Wolpe. Só Chapell e Stevenson (1936) utilizaram imagens para tratar de pacientes hospitalizados com úlcera pépticas. Pedia-se a eles para imaginarem cenas positivas quando se sentissem ansiosos, e isso ajudava a melhora dos pacientes. Outro pioneiro no uso da imaginação em modificação do comportamento foi Salter (1949), mas estas aplicações não parecem ter tido influência na terapia do comportamento contemporâneo. Até o aparecimento de Wolpe, com sua preferência pela dessensibilização sistemática em imaginação sobre a dessensibilização “in vivo”, não se começou a utilizar freqüentemente este recurso terapêutico.

As técnicas de condicionamento encoberto procedem diretamente da dessensibilização. Esta técnica está programada para eliminar respostas de evitação. Não existia, no entanto, nenhuma técnica semelhante para eliminar respostas desadaptativas de “aproximação”, como as que ocorrem nas adicções. Cautela (1967) desenvolve a sensibilização encoberta, que expõe junto com material clinico no que havia sido utilizado. Este Foi o ponto de partida para o desenvolvimento de uma série de técnicas baseadas na utilização da imaginação.

Postado por Ítalo Sobrinho

Escrito por Vicent E. Caballo

Livro: Manual de Técnica de Terapia e Modificação do Comportamento

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