O termo ‘controle’ empregado amiúde por Skinner contribuiu para fomentar inúmeras controvérsias sobre sua teoria psicológica. Sobre esse ponto, a filha de Skinner, Julie Vargas, disse: “se meu pai cometeu um erro, foi nas palavras que escolheu. As pessoas ouvem a palavra controle e acham fascista. Se meu pai tivesse dito que as pessoas eram informadas por seus ambientes, ou inspiradas por seus ambientes, ninguém teria tido um problema” (Slater, 2004, p. 38-9). Dizer que o comportamento é controlado significa, simplesmente, que o comportamento está em relação de dependência com outros eventos. Dito de outro modo, Skinner emprega o termo para chamar a atenção para o fato de que o comportamento tem “causas”, e que uma ciência do comportamento deve identificá-las e descrevê-las. Todavia, vale lembrar que dizer que o comportamento é controlado não implica a tese de que o comportamento é determinado. É preciso averiguar a natureza desse controle para sustentar essa ilação. Como já mencionamos, Skinner (1973) advoga que o controle é probabilístico, mostrando, com isso, mais afinidades com concepções científicas de indeterminismo (Heisenberg, 1999 [1958]; Peirce, 1992 [1892]; Popper, 1988 [1956]). Para uma discussão mais detalhada sobre as noções de determinismo e indeterminismo no Behaviorismo Radical, cf.Laurenti (2009).
Artigo Criatividade, liberdade e dignidade: impactos do darwinismono behaviorismo radical
Carolina Laurenti
Postado por Ítalo Sobrinho
Que artigo do Skinner é esse?
ResponderExcluirDesculpe tinha esquecido de colocar o nome do artigo
ResponderExcluirO behaviorismo é determinista, no sentido que identifica causas para as ações. São causas advindas de relações funcionais, como Skinner fazia questão de esclarecer sempre, mas ainda assim se pode falar em causa pra simplificar a ideia. O oposto seria um acaso completo, um caos.
ResponderExcluirTenho a impressão de que a resistência ao falar em determinismo (inclusive dentro da própria AC) vem da mesma fonte que a resistência em falar de controle: as palavras são mal interpretadas por quem não conhece bem as ideias do BR/AC.