O que é Comportamento?


No dia-a-dia, usamos o termo comportamento para falar de algumas coisas que as pessoas fazem. Geralmente trata-se de atos facilmente observáveis (andar, gesticular, comprar etc.). Geralmente também esses atos são definidos pela sua forma, pelas partes do corpo envolvidas (por ex., definir andar como colocar um pé à frente do outro seguidamente). Na Análise do Comportamento, esse termo tem um sentido diferenciado e mais amplo. Em primeiro lugar, não se fala de comportamento apenas como algo que uma pessoa faz, mas como algo que uma pessoa faz e que gera mudanças no seu mundo. Tratamos sempre de relações entre a pessoa e o mundo – e é por isso que alguns autores preferem falar não de comportamento, mas de relaçõescomportamentais (por ex., Prof. Emmanuel Tourinho da UFPA, no seu artigo “Relações comportamentais como objeto da Psicologia: algumas implicações“). Definir um comportamento, portanto, vai sempre exigir a especificação de algo que uma pessoa faz (umaresposta) e alguma mudança no mundo (um estímulo). Abraçar alguém, por exemplo, poderia ser definido como envolver outra pessoa com os braços (resposta) de modo que a outra pessoa faça o mesmo (estímulo). Se a outra pessoa não lhe envolve com os braços, mas reclama e pede que você a solte, poderíamos dizer que não se trata de um abraço, mas de algum tipo de agressão.

Um comportamento, portanto, vai sempre envolver relações entre sujeito e mundo, respostas e estímulos. Outra coisa que diferencia o modo como a Análise do Comportamento usa esse termo é que essas respostas e estímulos não precisam ser facilmente observáveis por outras pessoas, isto é, respostas e estímulos não precisam ser eventos públicos, podem ser eventos privados. Muito do que chamamos de “pensar”, por ex., pode ser entendido como “falar silenciosamente”, ou seja, como a emissão de respostas parecidas com o falar “em voz alta”, mas muito “fracas”. Nesse sentido de “pensar”, teríamos um exemplo de resposta privada ou encoberta. Por outro lado, algumas vezes em que dizemos a um amigo sentir “uma tristeza muito grande”, podemos estar relatando certas condições ou mudanças corporais. Ou seja, estaríamos emitindo uma resposta pública (falar com o amigo) sob controle de um estímulo privado (as condições ou mudanças corporais), um estímulo a que o amigo não tem acesso. Em todos os casos, porém, se estamos analisando comportamentalmente a situação, devemos buscar as relações daquelas respostas encobertas com os estímulos que a controlam e as relações daqueles estímulos privados com as respostas controladas por eles. Ou seja ao tratar do “pensar”, do “sentir tristeza” ou de qualquer outro comportamento relacionado ao tema da subjetividade, nunca podemos perder de vista a perspectiva relacional dos fenômenos.

De qualquer maneira, o importante a destacar é que, para a Análise do Comportamento, “pensar”, “sentir”, “emocionar-se” etc. também podem ser compreendidos como relações comportamentais e podem e devem ser estudados.

Texto retirado do site: http://accultura.wordpress.com/introducao-ao-tema/
Postado por Ítalo Sobrinho

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