Abanando o rabinho virtual

As redes sociais de animais começam a prosperar na internet. E você, já cadastrou o seu pet em algum site do gênero?

Publicação: 10/03/2011

Tudo começou com um desejo pré-adolescente. Fernanda, 13 anos, queria trocar informações sobre o tipo de alimentação da mais nova integrante da casa: uma lagartixa. O pai, o engenheiro Flávio Mendes, 47 anos, incentivou a filha a criar uma espécie de Facebook, uma comunidade virtual para que donos de animais compartilhassem experiências e dicas. Surgiu, então, o site brasileiro The pet’s universe, alimentado pela primeira vez em janeiro deste ano.

Em apenas três semanas, o site já tinha 600 perfis cadastrados. “Nosso plano é passar de mil perfis em um mês e atingir a marca de 5 mil em dois meses. Já temos perfis de todas as regiões do Brasil e dos Estados Unidos, da Alemanha e da França”, informa o fundador. Perfil com direito a fotografias, troca de experiências, pedidos de adoção, protestos contra maus tratos, informações sobre raças, prevenção de doenças e até agência de namoro animal.

Andréa e Caetano também estão na web: o pug busca um par romântica da mesma raça

Um dos serviços mais acessados no the Pet’s Universe é a coluna do Dr. Koleira — na verdade, um mix com orientações dadas por vários veterinários.Mas o carro-chefe é mesmo o fórum, espaço de discussão para os membros do site. Além disso, a rede conta com ofertas de serviços especializados, como clínicas veterinárias, hotéis de bichos e adestramento. “Essa interação espontânea é a chama da rede, o que a mantém viva”, exalta Flávio Mendes.

Segundo o psicólogo e terapeuta comportamental Fábio Augusto Caló, a presença de pets na web será um fenômeno cada vez mais frequente. “Nos EUA, por exemplo, existem 60 milhões de proprietários de animais. Antenada, a indústria pet de lá criouaplicativos de compartilhamento de informação: o Catbook e o Dogbook”, conta. Para o especialista, a“humanização” dos bichos não é algo novo, mas que preocupa se for exagerada. “Tenho pacientes que tratam seus bichos como se fossem pessoas.Caracteriza-se uma patologia quando a pessoa começa a ter prejuízos, passando a viver exclusivamente em função do animal.”

O terapeuta não vê problema em tratar o amor pelos animais como um hobby. “É algo saudável enquanto as pessoas se relacionam entre si por conta dos interesses comuns, como ocorre entre aqueles partilham gosto por bandas ou por moda. Isso é normal”, esclarece.

Uma gata que domina o mouse. Algo interessante visto em muitos perfis tanto no site The pet’s universe quanto no Facebook e no Orkut são os relatos dos donos como se fossem os próprios bichos. “Eles (os animais) ficam amigos entre si, como em uma rede social normal, marcam programas, encontros, festas etc.”, conta Flávio Mendes. Essa interação inclui flertes. “Já tivemos o caso de uma calopsita que arrumou um namoro pela rede.”

Luna é uma gatinha vaidosa que tem muito seguidores na internet 

Alguns bichos chegam a se tornar estrelas on-line. É o caso da gata Luna, the fashion kitty, que faz grande sucesso no Flickr e em outras interfaces. Ela é uma verdadeira diva animal, com direito a roupas exclusivas, óculos fashion, bolsas luxuosas e muitos brinquedos. Sua dona, a mexicana Rocio Grijalva, 32 anos, radicada nos EUA, conta que a fama surgiu espontaneamente. “Eu decidi criar o perfil da Luna em uma rede social para interagir com os fãs dela, que já a seguiam no YouTube”, revela.

No site, a gata “conta” os detalhes do seu dia a dia, se está feliz ou com sono. Para a Revista, o bichano deu uma pequena entrevista. “Quando eu morava no México, escutava muito coisas do tipo ‘você é felina mesmo, porque eu não gosto de gatos, mas gosto de você’, disse. Nessa brincadeira, a gata já coleciona 419 amigos, bem mais que a dona, que tem 289.

A brasiliense Andréa Michelle Costa, 33, autônoma, também embarcou na onda, ou seja, cadastrou o pug Caetano no Orkut. “Criei o perfil para as outras pessoas conhecerem um pouco mais sobre essa raça, que é uma ótima companhia para crianças e idosos”, revela. Além disso, Andréa queria um par para o solitário cão. “As redes sociais são ótimas para a busca por namoro para os animais.” Sobre o fato de postar mensagens como se fosse o animal, criando uma personalidade para Caetano, ela pondera: “Eu brinco com isso, acho normal. Não é nada demais”.

No ambiente virtual, os pets soltam o verbo também em assuntos mais sérios. O cachorro Harley, por exemplo, deu o seguinte depoimento no site The pet’s universe: “Meus donos me adoram, assim como gostavam muito dos outros cães que me precederam. Mas uma coisa que eles sempre fizeram de bom por nós foi entender que somos animais. É muito triste ver animais que são tratados como brinquedos de luxo, que não podem correr no mato, que usam sapatinhos, que até mesmo só andam no colo”.
Para navegar

www.petuniverses.com
www.facebook.com/luna.the.fashion.kitty
www.facebook.com/Boo-the-dog
www.petuniverses.com/forum/topics/procurando-namorada-para-casar
www.petintouch.com

Agradecimentos: Instituto de Psicologia Aplicada (InPA)
Postado por Ítalo Sobrinho

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