Paciente ou Cliente?


A palavra marketing tem um quê pejorativo e cheio de mistérios para a classe médica e também é assim para  maioria dos profissionais que labutam no setor saúde, sejam fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, dentistas, bioquímicos, entre outros. É claro que os conselhos de classe exercem profunda influência nessa predisposição negativa, todavia, a cada dia que passa centenas de novos profissionais são lançados ao mercado em seus vários segmentos e todos precisam de alguma forma encontrar um lugar ao sol. Como faze-lo? É preciso atualizar conceitos, por mais complicado que isso possa parecer. Em resumo: novas palavras para novos pensamentos!

O vocábulo paciente está impregnado com a idéia de agente passivo que busca um auxílio de um profissional, tido já até como um celibato como é o caso da medicina.

Hoje não basta a excelência técnica, é preciso que o profissional da saúde tenha novas competências para alcançar um diferencial e superar a grande concorrência.

Fred Cohrs, um gestor da saúde, lembra que a visão atual é trazer os profissionais da saúde à responsabilidade das suas profissões e tratar o paciente com mais participação na consulta, ouvi-lo com atenção, examiná-lo com atenção e cuidado, negociar preços de procedimentos diagnósticos e terapêuticos, oferecer boas condições para que ele possa ser atendido pelo profissional. Então, começa a necessidade de uma nova denominação, a de cliente.

O cliente questiona, troca de fornecedor, não é fiel ao fornecedor e à marca, reclama mesmo que o serviço ou produto estejam adequados, mas não satisfizeram a expectativa do mesmo. O contrário acontece com os clientes que tiveram suas expectativas alcançadas, seja na adesão ao tratamento proposto, seja na recomendação do serviço à sua rede de relacionamento, viabilizando o crescimento do profissional no mercado onde atua.

Esta é uma justificativa plausível para a mudança de uso da palavra paciente para cliente. 

Dr. Leon Iotti
Médico e Consultor
Professor de Marketing da Faculdade da Serra Gaúcha
Mestre em Gestão de Serviços PPGEP/UFRGS

Postado por Ítalo Sobrinho

3 comentários:

  1. Não gosto da palavra cliente para a terapia, muito menos para a análise.

    Acho que a palavra paciente ainda é a melhor, afinal de conta, a pessoa deve sim ter paciência para que todo o processo seja realizado. Processo que pode durar uma sessão ou até mesmo alguns anos. Mas acima de tudo a compreensão de que cliente é uma relação comercial, de compra e vende de produtos.

    A relação terapeutica ainda é outra coisa. Diferente também da relação médica-paciente, onde um é o doente e o outro fornece um diagnóstico para a cura.

    Ainda fico com o termo paciente, pois afinal de contas, uma mudança na vida, uma forma diferente de se comportar, ou qualquer que seja a denominação utilizada, é um tipo de cura do mal-estar que, até então, estava se manifestando.

    Mas é importante a gente ficar ligado, afinal de contas, cura não significa uma definição, apenas um sentir-se bem, um bem-estar que é possível pela terapia.

    Então, para concluir, a terapia trabalha com o mal-estar, mas não vende um bem-estar, não fornece um produto, apenas permite à pessoa que ela mesma, com seus recursos, consiga outra coisa além daquilo que até então ela vem conseguindo...

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  2. Dá pra curtir o comentário acima?

    É o que eu canso de dizer.

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  3. Eu acho que independente da nomenclatura que se dá a preocupação é com o individuo
    É possível que algumas pessoas se sinta mais a vontade com um e não com a outra mas no final o foco é na pessoa

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